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Big Mouth | Crítica

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Big Mouth é provavelmente o retrato mais engraçado e, ao mesmo tempo, aterrorizante que se pode ter da puberdade. Todos os medos, vergonhas, dúvidas e besteiras que se passam nesse período aparecem de uma forma ou de outra na animação, fazendo o espectador reviver essa época “simples”, quando de repente tudo muda ao seu redor.

Ter 12, 13 anos não é fácil. Você começa a deixar suas brincadeiras de crianças de lado, ao mesmo tempo que não é um adolescente ainda. É aquela fase do meio termo, onde ninguém sabe como te tratar direito e isso fica claro a cada momento da série, especialmente no primeiro episódio onde Nick (Nick Kroll/Rafael Schubert em português) acidentalmente acaba vendo o pênis de seu melhor amigo, Andrew (John Mulaney/Cafi Ballousier) – o que o deixa extremamente assustado, pois ele está maior e repleto de pelos (ao contrário do seu).

Perdido, ele não sabe lidar com a situação e acaba pedindo um conselho de seus pais, que logo assumem que ele é gay e fazem questão de frisar que não há nada de errado com isso.  Inconformado em não conseguir ajuda de ninguém, ele fica tão fixado na ideia que acaba vendo pintos em TODO lugar – com destaque para a excelente cena da partida de basquete.

Ao mesmo tempo, Andrew é “enfeitiçado” pelo Monstro de Hormônios e só consegue pensar em se masturbar em qualquer lugar, a todo momento. Ele sofre com isso e com suas ereções constantes pois, para ele, qualquer coisa é um estímulo. Ambos passam por problemas bem reais da idade e não fazem ideia de como lidar com isso.

A temática é reforçada pelas piadas, que parecem terem sido feitas para o seu lado 12 anos que um dia riu na sala pois a professora falou “vagina”. Todas são sexuais e, ao mesmo tempo, completamente bestas (no melhor sentido da palavra). Elas fazem lembrar dessa época e como era fácil rir de coisas bobas ao mesmo tempo que você tinha medo de tudo que estava acontecendo – algo que a série explora muito bem.

A animação conta com episódios sobre timidez, descobertas em relação ao outro sexo, dúvidas sobre a homossexualidade e também sobre os dilemas femininos. No segundo capítulo, os criadores mostram que o desenho não é focado somente em Nick e Andrew e apresenta uma terceira protagonista em Jessi (Jessi Klein/Luisa Palomanes) e suas dificuldades em se tornar uma mulher.

A influência de Jennifer Flackett, que criou a série ao lado de Kroll, Goldberg e Mark Levin, fica clara nesses momentos envolvendo Jessi. A garota também passa pelos mesmos problemas dos garotos, precisando lidar com a sua própria Monstra do Hormônio, suas alterações de humor e a primeira menstruação – que conta com um número musical onde um absorvente canta Everybody Bleeds no melhor estilo Michael Stipes, vocalista do REM.

Essas canções aparecem na maioria dos episódios e são parte fundamental do seriado. Os criadores tentaram buscar pessoas que conseguissem reproduzir os “artistas convidados” e o destaque fica para Brendan McCreary, que no terceiro episódio canta uma música como se fosse Freddie Mercury e imita os maneirismos vocais e o tom do clássico cantor do Queen.

A versão dublada optou por não traduzir as músicas – uma decisão inteligente por conta dessas participações. Mas é importante destacar que a dublagem nacional é tão engraçada quanto a americana e as piadas foram traduzidas da melhor maneira possível, mantendo o espírito original.

Big Mouth definitivamente vai despertar a quinta série que existe dentro de você. Seja por conta das piadas, dos dilemas ou dos pequenos dramas de ser jovem. A animação é um prato cheio para vergonha alheia e faz rir e relembrar de uma época onde coisas simples pareciam muito, mas muito mais complicadas. 

Confira o Trailer da temporada 01:

Fonte: https://www.omelete.com.br/series-tv/criticas/big-mouth-critica.

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